O Boletim Focus divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (18/08) apontou que o mercado financeiro revisou para baixo a projeção da inflação em 2025, agora estimada em 4,95%. É a primeira vez no ano que a expectativa fica abaixo de 5%, depois de ter atingido o patamar de 5,68% em março.

A queda nas estimativas está relacionada, em parte, ao impacto do “tarifaço” adotado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros, medida que tende a reduzir o ritmo da economia e conter a pressão sobre os preços. Mesmo com o recuo, a projeção ainda supera a meta oficial de 4,5%, dentro do sistema de metas contínuas que permite variação entre 1,5% e 4,5%.

Principais projeções do Focus

• Inflação (IPCA): 2025 em 4,95% (antes 5,05%); 2026 em 4,40%; 2027 em 4%; 2028 em 3,8%.

• Preços administrados: 2025 em 4,72%; 2026 em 4,18%; 2027 em 4%; 2028 em 3,71%.

• IGP-M: 2025 em 1,13% (antes 1,28%); 2026 em 4,32%; 2027 em 4%; 2028 em 3,96%.

• PIB: crescimento de 2,21% em 2025; 1,87% em 2026 e 2027; 2% em 2028 (estável há 75 semanas).

• Taxa Selic: 15% em 2025; 12,50% em 2026; 10,50% em 2027.

• Câmbio: dólar a R$ 5,60 em 2025 e R$ 5,70 em 2026.

• Balança comercial: superávit de US$ 65 bilhões em 2025 e US$ 68,4 bilhões em 2026.

• Investimento estrangeiro direto: US$ 70 bilhões em 2025 e em 2026.

Inflação recente

A revisão ocorre após o IBGE registrar alta de 0,26% no IPCA de julho, resultado abaixo das projeções do mercado, que variavam entre 0,30% e 0,39%. Com isso, a inflação acumulada em 12 meses chegou a 5,23%.

Em junho, o Banco Central já havia admitido o descumprimento da meta pelo sexto mês consecutivo. Em carta enviada ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o presidente da instituição, Gabriel Galípolo, citou como fatores de pressão o câmbio, os preços de energia, os efeitos climáticos e o ritmo forte da atividade econômica.